Em 15 de maio, a Marcha da Família Cristã pela Liberdade está programada para acontecer em mais de 100 cidades em todo o Brasil. Será uma versão ampliada do primeiro movimento ocorrido no dia 11 de abril.
O objetivo é levar bolsonaristas e extremistas de direita às ruas em defesa dos programas “conservadores” e do governo de Jair Bolsonaro. Mais do que isso, é o embrião de uma entidade permanente que tenta trazer a unidade aos vários grupos de extrema direita e direita, que agora estão fragmentados.
O nome proposto, Foro Conservador, não é coincidência. Foi pensado como contrapeso ao Fórum de São Paulo, organização que reúne partidos de esquerda latino-americanos.
“A direita não é um agrupamento muito unido, a direita é muito rachada. Precisamos de um guarda-chuva institucional”, diz o publicitário Lúcio Flávio Rocha, 42, coordenador nacional da Marcha e do futuro Foro.
O Fórum será uma entidade plena, com personalidade jurídica, uma coordenação entre o país e o estado. Cerca de uma centena de grupos manifestaram a intenção de fazer parte, como o Movimento Brasil Conservador, Nas Ruas e o Brasil 200, do qual Rocha faz parte em Aracaju (SE), onde mora. Ainda existem algumas áreas de movimento envolvidas.
A causa desta mobilização, disse Rocha, é o que a direita vê como uma situação extrema que interfere nas liberdades individuais, que foram exacerbadas pela pandemia.
“Acabou a passividade com a interferência nas nossas liberdades, a intervenção de alguns Poderes na competência de outros. Nesse processo, o presidente Bolsonaro tem sido sabotado. Isso nos preocupa, a segurança jurídica do país está em risco”, afirma.
Serão seis pautas principais, que, segundo Rocha, unificam o movimento conservador: a principal é o combate às restrições de movimentação durante a pandemia, determinadas pelos governadores e Supremo Tribunal Federal, chamada de “defesa da liberdade”.
Outras bandeiras serão o voto impresso auditável, a nova PEC da Bengala (que antecipa a aposentadoria de ministros do STF), a defesa da prisão após condenação em segunda instância, CPIs para investigar ações de governadores e prefeitos na pandemia e oposição a projeto de lei que libera o plantio da maconha.
O coordenador disse que outros temas, como apoio a portarias de armas de fogo e proteção ao ensino domiciliar, também devem fazer parte dos protestos, mas como consequência da pauta principal.
Discursos a favor de desequilíbrios institucionais, como o fechamento do STF e do Congresso Nacional ou a pregação de um novo AI5, não serão tolerados, garante Rocha, ainda que diga que é quase impossível banir manifestações individuais sobre esses temas. .
Segundo ele, a mobilização de agora naturalmente adquire um caráter de defesa da reeleição de Bolsonaro pelos conservadores. “Não vejo outra saída senão o Bolsonaro. Não há o que escolher. A única opção que a família conservadora brasileira tem é reeleger o presidente”, diz.
Fonte: Coordenador Nacional da Marcha e do futuro Foro